Compositor: Não Disponível
Era um menino de um lar singelo
Sonhava no espaço de um pai tão velho
Com uma vassoura, imitava o herói
Brincava de lutar contra o que destrói
Mas o mundo é frio, e o trabalho duro
O pão é escasso, não cobre o futuro
Ele via a mãe antes do Sol nascer
O café do pai, e ele a correr
Não sobrava tempo pra sonhar
Então dançava na maré sem mar
Proprietário do nada, só de sonhos na mente
Caçando sombras, mas a luz ausente
Tem o coração, mas ninguém vê
O menino que virou homem sem porquê
Depois da escola, ele segue para as ruas
Encontrar trabalho, com os pés cansados
As mãos da mãe na cozinha, devagar
Enquanto o pai ia enfrentar o luar
Os anos passaram, pesados e lentos
O menino cresceu, mas guardou os tormentos
E um dia, com rosas nas mãos
Whisky pro pai, entende?
Andava nas ruas onde crianças brincam
Desejando voltar aos dias que partiam
Proprietário do nada, só da dor que carrega
A vida é um jogo, que nunca se passa no teste
Tem a força de lutar, mas ninguém vê
O homem que esta preso ao destino
A mãe se foi, sem despedida
O trabalho tomou sua vida, deixou o a chorar
Os olhos do pai, cansados e tristes
Os anos deixaram marcas profundas demais para falar
Perdeu o primeiro emprego, mas outro veio
A vida seguiu, mas é tudo a mesma coisa
O pai encontrou amor, mas o tempo acabou
Partiu da vida com um suspiro profundo
Agora só, com o peso dos dias
Trabalhava e estudava nas mesmas vias
Mas o Sol da manhã ou o céu cinzento
Não traziam de volta o que se foi no tempo
Proprietário do nada, só das marcas na alma
Caminhando pela vida, apenas cumprindo um papel
Ele tem vontade, mas o mundo o esfriou
A história de um homem que a vida desfia
E quando não despertou mais um dia
Ninguém soube o que deixou, o que sentia
Encontrou a paz que tanto quis?
Ou se juntou aos pais num final feliz?
Proprietário do nada, de sonhos e pó
Sua história se apaga, como a de todos nós